01 maio, 2014
Mais preocupante ainda, é o fato de que a maioria dos criminosos envolvidos são menores de idade.
Essa última informação nos leva a pensar em uma série de questões. Ainda no embalo da última reunião do Conselho Comunitário de Segurança Pública, uma máxima popular chama a atenção: " Educação vem de casa". Muitos já devem ter ouvido isso quando tratavam sobre esse assunto, afinal, deve de fato haver alguma deficiência na educação familiar que permite a que esse tipo de situação aconteça. Já não existe mais o hábito se sentar com os filhos a mesa, conversar e saber como foi o dia deles (na maioria das famílias).
Segundo muitos professores, existe uma grande ausência da participação dos pais na vida escolar e social dos filhos. Isso gera, uma situação em que os jovens tem facilidade para entrar na vida do crime sem que os pais se deem conta a tempo. Não foi a primeira vez que ouvi, que uma grande maioria de pais só comparece as reuniões escolares quando são informados de que o benefício do Bolsa Família vai ser cortado. Esses mesmo pais são os pais que esperam que os filhos sejam educados pela escola. A escola por sua vez, diz que a educação primária deve vir de casa.
Independente disso, ambos tem uma importância considerável sobre a vida de cada adolescente (e até criança) que possa vir a se associar ao crime. A educação familiar e a acadêmica devem se complementar e não utilizar o menor como uma bola em um jogo de empurra.
Um outro fator que pode levar a essa situação é a questão da falta de eventos ou projetos destinados a pessoas dessa faixa etária (12 a 18 anos em média). Ok. Há quem diga que a cultura não tem nada haver com isso. Porém, como já foi provado em outras comunidade, cujas realidades são muito semelhantes a que estamos vivendo, dar ao jovem uma ocupação e/ou entretenimento previne que ele faça parte da criminalidade (e em muitos casos o retira da mesma).
A comunicação, também é um fator importante para o trabalho de prevenção e para a atuação das autoridades policiais. Saber onde e quando acontecem os delitos, ajudam a identificar padrões, evitar locais mais perigosos, localizar pessoas e estabelecimentos associados ao tráfico, entre outras coisas. E isso, nos leva a uma questão que sempre levantamos no Tanguá Agora!: a importância da denúncia. Como sempre, existe o medo da retaliação. Ainda assim, vale lembrar que a denúncia pode ser feita anonimamente, ou a terceiros. Sem falar que quanto mais pessoas denunciam, mais fácil se torna o trabalho da polícia.
Outro grande problema na segurança local se deve a locais que favorecem ações criminosas, como os terrenos baldios, que curiosamente ficam em pontos mal iluminados ou pouco vigiados. Estarei fazendo em alguns dias uma matéria com alguns dos terrenos que propiciam, por exemplo, o tráfico e uso de drogas e ao abuso sexual (alguns desses lugares bem no centro da cidade).
Por fim, o argumento que talvez tenha o fundamento mais sólido: o crescimento da população devido a chegada de novos trabalhadores para o COMPERJ. São homens e mulheres vindos de todo canto do país. Pessoas que não conhecemos nem sabemos pelo que passaram. E não as estamos condenando aqui, mas já não é possível dizer que conhecemos todo mundo em Tanguá. Deixamos de ser uma cidadezinha pacata com poucos habitantes pra começar a viver um dos maiores efeitos do progresso. Estamos inseguros. E se não houver o devido planejamento, perderemos qualquer possibilidade de tornar a controlar nossa segurança.
A segurança pública da cidade, não é um problema de poucos, mas de todos. A polícia tem feito um trabalho excepcional, realizando rondas de apreensão quase todos os dias. Contudo, a solução deste problema está num conjunto de ações. Ou seja, é uma responsabilidade da prefeitura, das escolas, da famílias, e de toda a população. Realizar projetos, experimentar novas formas de abordagem, substituir os "lucros" da criminalidade por lucros benéficos a população,... tudo isso vai ser essencial para que possamos garantir uma cidade mais tranquila.
Uma sugestão que fiz ao Conselho foi a criação de uma horta comunitária, que pode ou não gerar renda , pode distribuir o seus produtos entre as famílias mais carentes, e que torne obrigatória algum tipo de participação familiar pra que esses benefícios sejam liberados. A mesma horta, poderia servir como um espaço onde se pudessem aprender outras disciplinas, como economia doméstica, crescimennto sustentável, e reaproveitamento de alimentos. Conforme me disse o Chailon da Conceição (do blog Rede Shailon), o próprio capitalismo pode quebrar a criminalidade, se for agregado a intervenção pública.
Caso não concorde com algum dos comentários acima ou queira acrescentar algo, basta deixar um comentário logo abaixo. Deixe sua sugestão também pra que eu possa melhorar o blog e pra que juntos nós possamos melhorar a segurança da nossa cidade.
Lucas Nascimento
Marcadores:#Notícia,#Segurança
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